“A mulher não nasce: ela é feita. No fazer, sua humanidade é destruída. Ela se torna símbolo disto, símbolo daquilo: mãe da terra, puta do universo; mas ela nunca se torna ela mesma porque é proibido para ela fazê-lo.”
– da mestra Andrea Dworkin

Zine Nem Escravas Nem Musas confeccionado a 18 anos de dias de luta atrás.
Nos últimos tempos minhas ideias ficam numa nuvem que vai crescendo e fica pairando sobre minha cabeça como uma espécie de sombra, tá sempre ali mas ficam vaporosas. As coisas sempre andaram muito rápidas para nós feministas. Todo dia é uma batalha pra ganhar, não me refiro a uma batalha minha, sim existe também, mas falo da coletiva, de tudo que acontece no mundo todos os dias para mulheres. E quando deu pra vislumbrar um horizonte – distante e frágil – mas esperançosamente possível, veio mais backlash, como é inerente ao patriarcado. O horizonte não era de forma alguma o paraíso, mas de que haveria uma maior consciência da classe de mulheres dentre as que embarcam no enfrentamento, pois sem essa consciência fica impossível lutar. E a gente seguiu combatendo. E cada coisa que denunciamos, que questionamos, veio com ataques mais ‘sofisticados’ e estrategicamente direcionados à solidez da classe. Os ataques se transformaram em uma bandeira supostamente “feminista” ao ponto de ficarmos isoladas e irmos deixando espaços de luta por eles não serem mais de luta mas de complacência ao masculinismo. A ideia de classe, em direção contrária, se diluiu.
Mas minha nuvem tá sempre comigo e em algum momento vai chover e se materializar como água adentrando numa terra infértil para o avanço das mulheres.
Seguiremos lutando porque só seremos livres quando todas formos livres.
Bom dia de luta!
atualizado 09.03.25