FREPLA – Frente Pela Legalização do Aborto RS

 

Abreviando só as palavras fortalecendo a luta sempre!!
FREPLA – Frente Pela Legalização do Aborto RS

 

 

Participe da nossa organização venha para nossas reuniões mensais.
Toda segunda quarta-feira do mês nos reunimos, horário e local sempre devidamente divulgados.

A FREPLA é composta exclusivamente por mulheres

 

8 de Março 2019 – POA

8 de Março –

Dia de referência rumo a nossa libertação. É importante lembrar a cada 8 de março que temos muita luta pela frente.

Os atos no país trazem pautas do contexto político atual, em Porto Alegre o ato será unificado e os temas escolhidos são: Contra a Reforma da Previdência; Basta de Feminicídio; Aborto Legal, Já; Justiça para Marielle.

As atividades serão no Largo Glênio Peres em frente ao Mercado Público.

Às 7:30 abre com Feira Orgânica da Reforma Agrária e às 8h o café da manhã. Depois começam os painéis sobre os temas escolhidos.Vai ter microfone aberto para mulheres que queiram dar o seu recado.Às 17:30 concentração para a caminhada que sairá da esquina democrática às 19h. A Frente Pela Legalização do Aborto fará uma das falas durante o percurso.

Estarei com material da Ação AntiSexista no gazebo junto as companheiras da Frente Pela Legalização do Aborto.

Transativistas Atacam Mulheres em Londres – 13.09.2017

Não importa o quanto transativistas cometam e defendam essa violência ela tem um nome: VIOLÊNCIA MASCULINA MISÓGINA!!

Mulher de 60 anos é agredida por transativistas no Speaker’s Corner em Londres na última quarta feira dia 13. localizado no Hyde Park este era o ponto de encontro para feministas e pessoas interessadas em participarem do evento chamado “O que é Gênero?”. O debate tinha sido primeiramente marcado para acontecer numa biblioteca comunitária em Londres, mas as organizadoras sofreram perseguição e ameaças por transativistas e a biblioteca cancelou o evento um dia antes, dia 12. Porém para seguirem com o evento, foi organizado um outro local, que desta vez foi mantido em segredo para garantir a segurança dos participantes. Apenas o ponto de encontro foi divulgado, dali seguiriam para o novo local.
E então transativistas apareceram no Speaker’s Corner para protestar contra o evento, foi quando, como aparece no vídeo, um transativista chega para agredir uma das mulheres que estavam ali. Logo depois outro começa a dar socos na feminista que desvia para se proteger.

Feministas estão sendo silenciadas e censuradas por serem críticas a noção de gênero. Até quando mulheres terão que sofrer ameaças e agressões? isso que está acontecendo a muito tempo vem sendo abafado pelo medo que as pessoas tem de serem erroneamente acusadas de transfobia por qualquer desacordo que tenham com as teorias de identidade de gênero.

Vênus em Fúria #5 – 19Março

Vênus em Fúria #5 hoje!

Festival para arrecadar fundos para o Girls Rock Camp Brasil, projeto absolutamente importante, espetacular, para resgatar a autoestima de meninas, capacitando-as para a música e desenvolvendo a parceria entre meninas e mulheres. O festival é todo organizado e composto por mulheres – equipe técnica, roadies, produção e direção de palco, todas as bandas tem mulheres na sua formação – e isso é igualmente relevante e inspirador.
Muito feliz de poder tocar hoje e participar mesmo que de forma singela nesse projeto.
Obrigada por me convidarem.

Reforçando o pensamento

as vezes que fico exausta, quando a luta mostra o seu lado mais pesado é quando eu paro um momento para reforçar o pensamento. como eu sei que é uma questão de sobrevivência, minha, de todas as mulheres incluindo das que virão, eu não penso em voltar atrás. porque eu não tenho outra escolha. eu tomo muito cuidado para não desmotivar as mulheres porque eu gostaria que fizessem o mesmo comigo.
porque eu sei o quanto é importante para a nossa sanidade mental.
pensem que cada gesto, cada palavra tem uma reverberação. pensem em sermos como aquelas guerreiras impecáveis, e que o caminho escolhido invariavelmente leva outras com a gente. cada uma de nós tem seu limite.por isso mesmo.

 

Escrachando o Feminismo Radical – uma resposta às acusações ao feminismo radical de poa

Abaixo segue a resposta à “Moção de Repúdio ao Movimento Feminista Radical de POA”. A resposta fala por si, contextualiza, em fim, não há necessidade de introdução basta lê-la. Mas sinto a necessidade de colocar o seguinte:

Uma moção de repúdio a feministas radicais daqui ou de qualquer lugar é algo questionável. É questionável do ponto de vista feminista fazer uma moção de repúdio contra mulheres que se organizam para lutarem por libertação. Uma moção de repúdio? Um repudio? Uma coisa é discordar teoricamente, uma coisa é escolher com quem vai se aliar, com quem vai lutar e de qual forma. Mas outra coisa bem diferente é REPUDIAR feministas e ainda tornar isso público e colocar a segurança física e emocional de um determinado grupo de mulheres em risco. Não é possível fazer acusações por fazer, sem um mínimo de consideração, sem informação pelo que se está criticando, em fim. Nós mulheres já somos alvos de ataques misóginos de todos os níveis, nossa luta e sobrevivência são parte do nosso diário.

Também acho importante ressaltar o apoio que o “repúdio” recebeu, quando prontamente 100 pessoas “curtiram”. 100 pessoas se sentiram confortáveis o suficiente para tornar público que concordam com ser possível repudiar um grupo de mulheres que compartilham da teoria feminista radical.

Eu queria problematizar isso. De onde vem este conforto, esta confiança para se dar este apoio? Sim, é seguro criticar feministas radicais, pois são odiadas, são taxadas de transfóbicas, de excludentes, de anti-homens. Nada mais seguro e confortável persegui-las sem tentar compreendê-las. E diria mais, esta não é uma questão de não “tentar” compreendê-las somente, mas percebo que é uma negação proposital, porque compreender o feminismo radical causaria ter que rever suas posições, seus privilégios, ceder espaço para mulheres, todas estas coisas da quais os homens se beneficiam no patriarcado. Então não finjam que estão do lado das mulheres, do nosso lado, porque vocês não estão, e ativamente estão contribuindo com a exploração e a opressão que combatemos para a nossa libertação, e para que sejamos silenciadas.

Também gostaria de frisar que o escracho não foi uma ação feita por feministas radicais, então a “Moção de repúdio às feministas radicais de Poa” é difamatória. Porém como está explicada na carta abaixo não farei desta a defesa das feministas radicais, porque respeitamos a ação escolhida(o escracho) por estas mulheres e cabe apenas a elas falarem por elas se assim desejarem.

Isso tudo é assustador: existir uma moção de repudio a mulheres feministas radicais, e 100 pessoas tornarem público seu acordo a isso. É assustador utilizar de um escracho denunciando o machismo para atacar um grupo de mulheres. É assustador também que mesmo com a descoberta de que não foi este grupo de mulheres (feministas radicais) que fizeram este escracho, tenha se sucedido uma “retratação” que apenas reforçou as críticas levianas ao feminismo radical, e não consiste em retratação de forma alguma, mas apenas a continuidade da postura de irresponsabilidade política adotada. E mesmo sabendo disso as pessoas continuaram “curtindo” ou mantiveram lá suas “curtidas”.

Ao contrário do que dizem os difamadores, feministas radicais são mulheres de todos os tipos e lugares, de classes sociais , raças e etnias diferentes. O que nos aproxima vai além da teoria, porque nossa teoria e nossa prática andam juntas. É comum encontramos no feminismo radical o único espaço onde sentimos conforto, compreensão e acolhimento. E ao contrário do que dizem, o feminismo radical não é a teoria feminista mais difundida nas universidades, se fosse não seria uma vergonha mas uma conquista. Sejam honestos pelo menos com isso.

enila dor.
ESCRACHANDO O FEMINISMO RADICAL

Sobre as acusações ao feminismo radical POA referentes ao escracho no Bar Zumbi

Diante de diversas acusações, nos sentimos compelidas a dar respostas a uma série de falácias motivadas e endossadas por toda uma histórica perseguição a mulheres feministas. Perseguição esta que atualmente assume nova roupagem, mas continua servindo da mesma maneira ao patriarcado, desacreditando e desarticulando a nossa luta. A perseguição a feministas radicais chegou a tal ponto que fomos responsabilizadas por decisões que não tomamos, como, por exemplo, pelo recente escracho organizado por mulheres autônomas de diversas correntes feministas contra o bar Zumbi e o evento que seria lá sediado.

No último período, Porto Alegre (bem como outras cidades do país e do mundo) tem sido palco de festas que se dizem alternativas e libertárias e que, no entanto, tem demonstrado conteúdo misógino, machista, lesbofóbico e racista, tornando-se espaços de silenciamento, assédio e abuso de mulheres. Neste contexto, várias mulheres têm se organizado para se contrapor a essas iniciativas. Embora o movimento radical não tenha organizado o referido escracho, salientamos que sempre estivemos e sempre estaremos ao lado das mulheres que combatem o machismo em suas diferentes manifestações. Não falaremos aqui sobre as críticas feitas ao método utilizado por essas mulheres, pois acreditamos que elas mesmas podem se pronunciar sobre isso.

Quanto às críticas direcionadas ao movimento, percebemos que vem ocorrendo interpretações errôneas sobre o que é o feminismo radical. Somos feministas radicais porque buscamos combater a opressão patriarcal em sua raiz. No entanto temos sofrido a acusação de transfobia como uma associação direta à teoria radical. Entendemos que a associação de feminismo radical à transfobia é uma redução desonesta de todas as demandas desse movimento a uma mentira que se utiliza desse “carimbo” como ferramenta de perseguição de militantes e uma maneira de invisibilizar as pautas que dizem respeito a mulheres e suas vivências. Consideramos a acusação de transfobia leviana e irresponsável, na medida em que culpabiliza mulheres militantes por uma violência real causada por um inimigo comum, que tem os mesmos ideais machistas que combatemos.

Também consideramos que a acusação de academicismo que feministas vêm sofrendo é bastante problemática, tendo em vista toda a história de exclusão das mulheres no acesso ao conhecimento formal e da configuração de um espaço acadêmico extremamente machista e dominado por homens. Reivindicamos o conhecimento formal produzido por escritoras, cientistas e estudantes, num esforço de valorizar o saber produzido pelas mulheres, que deve ser passado adiante dentro dos espaços feministas para enriquecer nossa luta com a perspectiva feminina e valorizar a herança deixada pelas mulheres que vieram antes de nós. No entanto, não entendemos conhecimento formal como algo que desvalorize ou se contraponha às vivências feministas, mas que são complementares. Nosso feminismo é construído cotidianamente através da nossa prática, a partir das nossas ações na luta global das mulheres pelas mulheres.

Além das demais acusações acima, houve a de racismo. Enfatizamos nosso posicionamento contra o racismo, o qual consideramos uma violência muito grave, que combatemos em nossa atuação e cuja acusação levamos extremamente a sério. Nesse sentido, gostaríamos que fosse apontado onde está o racismo em nossas problematizações. Lamentamos, ainda, que seja dito que a motivação das mulheres que realizaram o referido escracho tenha sido racista, pois é um contrassenso, uma vez que entendemos que o objetivo do escracho e das manifestações das redes sociais foi justamente denunciar o conteúdo racista (além de misógino, machista e lesbofóbico) do evento que teria lugar no bar Zumbi e com a qual os organizadores, os donos do bar e as bandas participantes foram coniventes.

Não podemos ignorar que foi de extrema irresponsabilidade política e pessoal as acusações feitas tanto ao grupo que realizou o escracho quanto as mulheres organizadas no feminismo radical, pois expôs e colocou em risco a integridade física e moral de integrantes de ambos os grupos.

Infelizmente é inviável abordar todas as pautas necessárias a este texto e a este contexto, no entanto, gostaríamos de convidar todas as mulheres a construir conosco um movimento feminista de maneira responsável, coerente e que não exponha mulheres, mas sim lute por elas.”

Larga Viva – uma carta de repúdio a declaração de Paz Berti

Está sendo organizado para o dia 15 de março a Larga Viva, um evento pelo mês de março, para lembrar o dia 8, dia das mulheres, dia de luta.

Eu recebi um convite via e-mail para o evento e nele havia um link para o evento.

Acessei o link e tive o desprazer de ver a discussão gerada adivinhem pelo que? Tenho certeza que muitas já adivinharam, pois é, estão discutindo em como é excludente e autoritário o evento ser exclusivo de mulheres! Como ousam as mulheres fazerem um evento por elas e para elas?

Tudo começou porque o MC chamado Paz Berti se diz “censurado”, excluído e classificado porque não vai “poder” tocar neste evento pelo dia das mulheres que ousam serem as protagonistas do evento!

Ele diz assim:’Só queria informar que me tirarem da programação do próximo Largo Vivo por ter pênis e não xereca. Ta todo o errado!!! Tenho que lutar diariamente com atitudes machistas, homofóbicas e agora algumas femistas se sumarem. É complicado pensar um feminismo de esse jeito.’

Sim, é verdade, eu também custei a acreditar em tamanha ignorância e misogina. E tudo isso vindo de quem? De um cara que se diz feminista. Nem vou mencionar o fato que ele usou a palavra “femista”.

Vamos então colocar umas coisas para você Paz.

Primeiro, que você pode se dizer feminista mas isso não significa que: 1)você seja um 2) que homens possam ser feministas 3) qual “jeito” é o “feminismo certo” para você Paz Berti.

Você poderia ser uma aliado talvez, mas isso você também não é porque você acabou de demostrar.

O que aconteceu é que um homem se sentiu machucado e tá muito triste porque as mulheres não lhe priorizaram! E ele se diz feminista! Fala sério!

Notem que quando ele se refere a vagina ele fala “xereca”!, já ao se referir ao seu lindo pênis ele usa a palavra….pênis. Ele diz que sofre diariamente com atitudes machistas e homofóbicas e ele mesmo tem atitudes machistas e homofóbicas, e misóginas! É misoginia desqualificar a vagina em primeiro lugar! E é machismo supervalorizar seu pênis meu querido, caso você não saiba.

E aí este mesmo cara posa numa foto de saia sem camisa com uma garota do lado de mãos dadas também sem camisa, onde nos seus corpos está escrito “nem homem” “nem mulher”. Porém caro Paz, por mais que você ande por aí de saia você continua sendo privilegiado. E caso você não saiba você não é oprimido pelo patriarcado, você no máximo sente desconforto com as regras do mesmo, mas você é PRIVILEGIADO pelo patriarcado, de tal forma que basta você trocar suas saias por uma calça. Já nós mulheres mesmo de calças somos assediadas nas ruas, somos estupradas todos os dias, assassinadas por termos XERECAS (arg, que nojo esta coisa que fede a peixe já disseram muitos homens gays nos anos 70). Ou seja, não vai fazer nenhuma diferença para mim usar roupas neutras, hum seriam “masculinas”? Ou usar roupas que foram feitas para mulheres usarem.

Seguindo o show de horrores machista, ele tem apoiadoras que não titubearam em sair para “ajudá-lo”, em sua defesa, pobre coitadinho. Sabem por que isso acontece? Porque nós mulheres somos educadas para darmos prioridade aos homens. Porque nós mulheres sempre temos que ser apaziguadoras, porque nós mulheres estamos ‘classificadas’ – para usar o termo usado por Paz – como da classe inferior. Logo nós internalizamos o machismo e também somos capazes de atitudes machistas e misóginas. E é por isso que o feminismo existe caso você não saiba, para lutarmos contra o machismo e a misoginia vigentes e institucionais, lutarmos por nossa autonomia que inclui reaprendermos e buscarmos o que nos foi tirado e negado.

Uma das garotas que lhe defende diz assim:“Te ajudo e descolamos todo um equipo pra fazer dois palcos.Se ser feminista eh isso Sigo sendo anti machista e libertária.”

Sim gente, eu não estou inventando.

Eu também não acredito que passa pela cabeça de alguém alterar a programação, passar por cima literalmente das decisões e /ou vontades de outras mulheres para defender um homem, e tudo isso, ambxs dizem em nome do feminismo!

Pois o feminismo não é não uma luta para favorecer os homens! Ah não sabia! Pois é, o feminismo é uma luta das mulheres para as mulheres. E muitos homens que sentem desconforto com o machismo, que se sentem mal serão igualmente beneficiados nesta luta das mulheres.

Nós não seremos nem salvas, nem libertas, nem protegidas por vocês homens. São os homens que nos assediam nas ruas e em todos os espaços(trabalho, escolas, lazer, etc), são os homens que nos estupram, nos ameaçam, nos agridem física, emocional e verbalmente. Assim como você Paz acabou de fazer. Você está nos agredindo por não receber o tratamento que você acha que merece. E isso se dá por causa do seu privilégio, porque você não foi educado para ser excluído não é mesmo? Você cresceu tendo todos os espaços internos e externos sendo seus!

Nós não! Nós fomos educadas como inferiores e crescemos lutando por espaços ou nos conformando que os espaços não são nossos. Nós só temos estas duas opções. Nos conformar ou lutar!

Não Paz, você não é feminista, sinto lhe dizer. Você deve repensar o que você está sendo para o feminismo, para as mulheres e lésbicas, e repensar suas atitudes.

O machismo não se luta com paz. O machismo se enfrenta com muita luta, com muita batalha, até porque o machismo é a guerra não declarada contra as mulheres.

 

Feminismo Autônomo- Reflexões hoje, as 17h!

Hoje as 17h estará acontecendo o debate sobre autonomia no feminismo, fazendo parte do Ciclo da Autonomia no Espaço Deriva.

Algumas das questões que estarão sendo trazidas ao debate são:

-Perspectiva autonomista do feminismo em contraponto ao feminismo institucional.

-Feminismo e Anarquismo:

*como traçar objetivos comuns para ambas as lutas.
*Resistência às ideias feministas no meio anarquista.
*Discriminação e Violência em espaços libertários.

-Necessidade de espaços feministas exclusivos:  resistência que encontramos para nos organizarmos neste sentido e suas razões.

-Apropriação do feminismo por homens:  protagonismo de homens no feminismo e processos colonizadores.

-Autonomia sobre nossos corpos: aborto e propriedade.

Além destes tópicos o debate é aberto a todos coletivos e mulheres que quiserem trazer suas propostas para construirmos juntas esta parte do ciclo.

O Espaço Deriva fica na Rua Ramiro Barcelos 1853.

 

Solidariedade e Cuidado em Espaços Feministas

Espaços feministas existem pela necessidade de criarmos esses espaços de luta e resistência. Espaços feministas são para nos fortalecermos, objetivando construirmos novas realidades individuais e coletivas, para nos apoiarmos e sermos solidárias umas com as outras, para identificarmos padrões que nos ajudam a perceber o inimigo, a causa, e para buscarmos soluções ou apenas resistirmos – buscas que temos por existir uma identificação: temos tratamento e oportunidades diferenciados devido ao machismo, a misoginia e as normas do patriarcado. Ainda que mulheres, lésbicas e outras identidades tenham suas especificidades e com isso opressões específicas, todas estas opressões são fruto de misoginia e crença na inferioridade de “ser mulher”, ou ainda, que mulher se deveria ser aos olhos da sociedade patriarcal.

Em espaços feministas você vai encontrar mulheres com traumas, mulheres ditas fortes e mulheres ditas fracas, mulheres em diferentes momentos de suas vidas, insubmissas, submissas ou com diferentes graus de submissão, adesão ao patriarcado ou a padrões estipulados pela sociedade, e mulheres sobreviventes.

Nós então não vamos encontrar mulheres iguais a nós, vamos lidar com diferenças, com ideias e objetivos nem sempre iguais.

É importante partindo disso, sabermos que o debate está aberto, de que temos diferenças. Ok.

Mas é interessante termos como princípios pelo menos duas coisas: a solidariedade e o cuidado com nossas companheiras e amigas. Obviamente não temos que ser solidárias com atos autoritários por exemplo, ou com qualquer atitude que qualquer mulher tenha só pelo fato de ela ser mulher. Seria mais um ponto de partida na nossa interação com as outras, mais uma maneira de encarar a si mesma e a outra, e uma tentativa de se opor à competitividade estimulada entre mulheres.

As vezes podemos estar muito focadas num problema específico em determinado momento para percebermos o nosso entorno -como a vida está para essas mulheres que estão aqui comigo agora-, e como está também para outras mulheres mais distantes. Mas é importante adotarmos a prática de prestarmos atenção no que outras estão trazendo e passando, e até, porque não, fazermos um esforço em compreender através do silêncio, que pode bem ser um indício de desconforto e medo, e de dinâmicas hierárquicas num espaço que precisa não gerar mais medos e domínio.

Eu tenho vivenciado que em alguns espaços, algumas atitudes e conceitos contrapõem a esta solidariedade e este cuidado fundamentais para o bem-estar de todas.

Por mais que estejamos abertas as discussões, não podemos descartar que esta “abertura” pode ser traumática, e nem todas as teses podem ser abertamente discutidas sem que se tenha cuidado, para evitarmos de machucar outras mulheres. Por exemplo, algumas teorias sobre o patriarcado, sobre o estupro, submissão e vitimização me parecem bem conflituosas para que se exponham desconsiderando que naquele espaço existem pessoas que foram estupradas, foram ou ainda são submissas, para citar algumas realidades. Geralmente com relação a submissão podemos ter uma opinião muito formada e acreditar que só a outra está sendo submissa e desta forma não enxergar nossas próprias atitudes ou situações. Eu percebi muitas vezes que o descuido, acaba por culpabilizar a vítima. E apesar de que o feminismo tem como fundamento nunca culpabilizar nenhuma vítima de estupro, quero dizer, a gente pensa que isso é consenso básico no “mundo” feminista, algumas teorias compartilhadas acabam por culpabilizar. O próprio termo estupro vem sendo desconstruído e banalizado, e tem pessoas que falam em estupro verbal por exemplo, que tentam comparar situações totalmente diferentes de estupros com o estupro. Não é solidário colocar tudo no mesmo saco, e pode ser altamente ofensivo, além de desconsiderar sofrimentos e traumas profundos. E por que haveríamos de ignorar que estes espaços agregam mulheres com traumas e dificuldades? Obviamente que não estou sugerindo que não devemos debater questões que se apresentam, mas que estejamos atentas para não machucarmos umas às outras.

Desde as formas como nos organizarmos, é fundamental que não exerçamos controle e centralidade, mas isso eu percebo estar mais em andamento, mesmo que na prática nem sempre funcione muito bem. O que nos mostra que temos muito por fazer, lembrando que para nossa autonomia é importante que geremos nossas próprias propostas, procurando criar as realidades que queremos para todas nós.

Outra coisa importante de se considerar, é que não podemos também exigir umas das outras, que sejam tomadas atitudes que julgamos mais importantes, sem levar em conta que a outra pode não estar preparada para tomar tais atitudes. O que podemos fazer é contribuir mutuamente nesta “preparação”, para que cada uma se desvincule o máximo que conseguir de suas dificuldades, daquilo que cada uma quer se desvincular. A interação entre nós tem que ser no sentido de nos libertar e de apoio mutuo, e não de reproduzirmos a opressão. Muitas vezes podemos não perceber o que estamos fazendo e estar “contribuindo” para silenciarmos a outra e deixá-la ainda mais insegura.

Penso que uma tentativa de solucionarmos problemas como estes, é de buscarmos desenvolver práticas de apoio quando nos propormos a construir e nos envolvermos em um espaço feminista. Não este cuidado paternalista atrelado ao conceito de fraqueza das mulheres, mas o cuidado para não causarmos mais danos. É essencial que espaços feministas sejam também espaços de apoio e confiança, além de serem de luta e resistência.

Pensemos enquanto feministas nas consequências de que nossas palavras e atos tenham em outras mulheres. Pensemos enquanto feministas em nos colocarmos no lugar da outra com solidariedade, não caridade.

 

Estratégias de mobilização Anarquista Feminista na 3ª FLAPOA

Hoje no segundo dia da 3ª FLAPOA além da exposição de materiais anarquistas e feministas durante todo o dia, seguem as oficinas e bate papos, filme e intervenções artísticas, confira toda a programação no site da feira flapoa.deriva.com.br/

Às 19h rola um bate papo, somente para mulheres:

Estratégias de mobilização Anarquista Feminista
Propostas para construção de rede anarquista e feminista, bate papo sobre novas (e velhas) táticas de ação, mobilização e propagação das idéias anarquistas em uma perspectiva feminista.

 


Segunda edição do livreto Mulheres Anarquistas

Este é o segundo volume do livreto Mulheres Anarquistas – O Resgate de uma História Pouco Contada. Mabel Dias e Imprensa Marginal.

“Este segundo volume dá ênfase às movimentações, experiências e coletivos de caráter anarco-feminista que surgiram a partir da década de 90, com relatos diversos que, em seu conjunto, nos trazem parte da história recente do anarco-feminismo no Brasil, feita com base em muitas vozes.”

O livreto conta com vários coletivos do brasil e também com relatos de mulheres de outros países publicados originalmente nas cartilhas entre os anos de 2002 e 2003 por Mabel Dias.

É muito importante que sigamos contando nossa “herstória”, já que é convenientemente esquecida por não favorecer a hegemonia masculina. O patriarcado dá conta igualmente de incentivar a passividade nas mulheres e apagar o que conquistamos arduamente, abaixo de muita luta e perseverança.

Parabéns pela inciativa conjunta das companheiras de lutas Mabel e Imprensa Marginal.

você pode adquirir este e outros materiais entrando em contato com imprensa_marginal[@]yahoo[.]com[.]br e http://anarcopunk.org/imprensamarginal/

 

Pedalada de Mulheres! é hoje!!!

Neste domingo acontece a primeira bicicletada só de mulheres aqui em porto Alegre!

A Massa Crítica ou bicicletada, vem ocorrendo toda última sexta feira do mês aqui em Porto Alegre.

À partir da M.C., surgiu a idéia entre as mulheres de se fazer uma pedalada só de mulheres. São varias as razões: pra dar espaço para novatas, para encorajar mais mulheres de todas as idades a pedalar, gerar independência, para as que querem apenas celebrar o pedal, etc…

Assim esta pedalada tem o cunho de ser um encontro também pra trocas de idéias e solidariedade de umas com as outras. Sabemos das dificuldades que muitas enfrentam, principalmente quando estamos pedalando sozinhas,sejam cantadas indesejáveis, o trânsito agressivo, ou até mesmo dúvidas na manutenção das bicis.

Esta iniciativa existe em vários lugares do mundo, aqui no Brasil sabemos que rola pedal só de mulheres em São Paulo e em Belo Horizonte.

A primeira pedalada de mulheres de Porto Alegre é hoje, domingo dia 20 de fevereiro, e será no chafariz do Parque da Redenção, às 17h, para um bate-papo e às 18h, é a “largada” do pedal, em trajeto a ser definido na hora.

Convido-as aqui para ajudarem a construir esta idéia! Neste primeiro encontro estaremos escolhendo o nome do grupo!

———————————————–Atualização 21/02/11

Escolhemos um nome, Cíclicas! Estaremos pedalando sempre no primeiro domingo do mês.

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