Pela descriminalização do aborto!
Aborto seguro legal e gratuito!
Nem Presas Nem Mortas!
Frente Pela Legalização do Aborto – RS /Porto Alegre 19 Julho 2018
Feminismo
Pela descriminalização do aborto!
Aborto seguro legal e gratuito!
Nem Presas Nem Mortas!
Frente Pela Legalização do Aborto – RS /Porto Alegre 19 Julho 2018
Ato Nossa Hora de Legalizar o Aborto – Porto Alegre 22 Junho 2018
foto por Verlaine Lagni
MANIFESTO PELO ABORTO LEGAL, SEGURO E GRATUITO JÁ!
O aborto é uma realidade na vida das mulheres no mundo inteiro e no Brasil não é diferente. A pesquisa nacional de aborto de 2016 diz que aproximadamente 1 a cada 5 mulheres de até 40 anos já abortou no Brasil. Porém como as mulheres abortam clandestinamente o número das que abortam, certamente é ainda maior.
O debate, portanto, não pode ficar em torno de ser a favor ou não do aborto. A questão é se vamos compactuar com que milhares de mulheres continuem morrendo por aborto clandestino e inseguro no Brasil. O aborto é uma questão de saúde pública, pois as mulheres morrem em decorrência da forma precária como os procedimentos são feitos. Além de arriscarem suas vidas, as mulheres também podem ser punidas, pois o aborto é crime no Brasil, algo que fere os direitos das mulheres.
As mulheres exigem seus direitos sexuais e reprodutivos respeitados e para isso precisam da liberdade de decidir sobre seus próprios corpos, a sua vida, sua dignidade e privacidade – seus direitos fundamentais dependem disso. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 – CF/88 que institui o Estado Democrático de Direito garante esses direitos as mulheres, bem como diversas Convenções Internacionais que o Brasil é signatário dispõe sobre o direito e autonomia das mulheres
A OMS – Organização Mundial da Saúde – afirma que mais de 25 milhões de abortos acontecem anualmente no mundo, e mais de 90% desses abortos acontecem na África, Ásia e América Latina. Afirma ainda que a proibição não reduz o número de abortos, que pelo contrário, houve a redução de mortes de mulheres e gastos na saúde em países que legalizaram o aborto, pois quando o assunto deixa de ser tabu existe uma abertura para que sejam feitas conjuntamente campanhas educativas.
A Organização das Nações unidas – ONU explica que quando o aborto ocorre de acordo com as diretrizes e padrões da OMS, o risco de complicações ou de morte é insignificante. No Brasil a maior parte das mulheres criminalizadas e mortas por abortos clandestinos e inseguros são mulheres da classe trabalhadora, negras, do norte e nordeste, mas o aborto é uma realidade de todas as mulheres em todos os lugares do Brasil e do mundo.
Proibir e criminalizar mulheres por interromperem uma gestação indesejada viola seus direitos humanos. O Estado privar qualquer mulher de decidir sobre seu corpo, sobre sua vida, viola direitos constitucionais, e isso é um crime do Estado. Por isso lutamos por um aborto legal, seguro e gratuito no Brasil e no mundo, para que mulheres parem de morrer e tenham autonomia para decidir.
FRENTE PELA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO – RS
Porto Alegre, julho de 2018.
Chamada Para o Ato do dia 19 de Julho!!
Mulheres de luta!
Nosso ato de 22 de junho foi lindo!
Irmanadas com mulheres de várias cidades e estados brasileiros, fomos milhares nas ruas, em defesa da autonomia de decisão sobre nossos corpos.
Agora estamos nos aproximando das datas das audiências do STF acerca da ADPF 442, que incide sobre a descriminalização do aborto em nosso país.
É chegado o momento de voltarmos ao espaço público para defendermos o aborto legal, seguro e gratuito!!
Venha para o Ato que acontece no dia 19 de Julho às 17h na Esquina Democrática!!
Frente Pela Legalização do Aborto – RS
Atos pela descriminalizaçao do aborto em todo o país!
O aborto é uma realidade independente de sua proibição, desta forma as mulheres estão sujeitas a clandestinidade, correndo risco de serem punidas pelo Estado ou mortas pelas más condições dos abortos clandestinos. Se as mulheres estão morrendo pela precariedade dos procedimentos, nem sequer está correto o título de “pró vida” usado pelos que defendem que o aborto é crime. Num país onde uma mulher é estuprada a cada 11 minutos, onde todos os dias mulheres são assassinadas por serem mulheres, exploradas, agredidas, assediadas, descriminadas, além de receberem menores salários, é possível perceber que o descaso com a vida das mulheres é a norma desta estrutura. Estamos lutando pela nossa integridade física e pela nossa dignidade. Nós mulheres temos valor e sabemos disso, e seguiremos lutando independente dos ataques cometidos contra nós, independente das tentativas de impedir que tenhamos autonomia sobre nossas escolhas, nossas vidas.
Lutamos por nós e por todas as mulheres que ainda estão por vir.
Em porto Alegre o Ato é às 17h na Esquina Democrática!
Recentemente fiz três zines, um sobre textos/pensamentos aleatórios onde alguns já foram publicados na internet e outros não; outro com dois textos sobre gênero já publicados aqui (post 1; post 2) e o terceiro uma tradução que fiz do texto da Claire (Sister Outrider) que também já foi publicado aqui.
fico muito feliz sempre que “materializo” os textos e posso folhá-los. 🙂
a foto é da finalização da confecção
Vênus em Fúria #5 hoje!
Festival para arrecadar fundos para o Girls Rock Camp Brasil, projeto absolutamente importante, espetacular, para resgatar a autoestima de meninas, capacitando-as para a música e desenvolvendo a parceria entre meninas e mulheres. O festival é todo organizado e composto por mulheres – equipe técnica, roadies, produção e direção de palco, todas as bandas tem mulheres na sua formação – e isso é igualmente relevante e inspirador.
Muito feliz de poder tocar hoje e participar mesmo que de forma singela nesse projeto.
Obrigada por me convidarem.
O Patriarcado data de no mínimo cinco mil anos de diferença do capitalismo. O antecede.
Logo, com o fim do capitalismo não está garantida nossa libertação. Ela não se dará automaticamente.
Ao constatar isso eu entendi o que é ser feminista. Ser feminista é viver numa luta sem fim, porque ser mulher já é viver numa guerra. Mesmo que a gente não perceba, mesmo que a gente reproduza comportamentos que corroboram com o patriarcado, é exatamente isso que estaremos fazendo: contribuindo com o patriarcado a nos explorar e oprimir. Quando nós mulheres reproduzimos esses comportamentos nós não somos beneficiadas. As únicas pessoas beneficiadas serão os homens, mesmo os que negam o benefício, porque eles podem ser beneficiados mesmo que não queiram, assim que precisarem ou decidirem que tal momento se faz necessário que se utilizem do benefício.
Ser feminista acima de tudo é aprender a estar só. Uma feminista sempre vai invariavelmente estar só numa parte da sua vida ou por toda ela. Eu falo de só de verdade. Até que ela vai encontrar outras mulheres que estão igualmente sós e ela vai aprender o que é o amor entre mulheres, o que é valorizar uma amiga, dar abertura para uma desconhecida. Inevitavelmente esse agora grupo de mulheres vai se deparar constantemente com rechaço, vai ter que explicar o porquê de sua existência e importância, vai ter que se explicar em casa também. Inúmeras vezes você vai se ver entrando e saindo de grupos que não conseguem se manter porque existe muita pressão para que esses grupos acabem. A pressão pode se dar de forma direta ou indireta. Uma pressão direta é o grupo receber fortes críticas pela forma como atua, geralmente colocada por um grupo de homens ou outro grupo com outro interesse político, ou ainda, ser atacado. Uma pressão indireta vai se dar no âmbito privado, que vai dificultar seu engajamento com suas companheiras feministas. A pressão indireta também se subdivide, ela pode acontecer, por um familiar ou parceiro que pode questioná-la do porquê do envolvimento dela com o feminismo, como por um parceiro ciumento, abertamente ciumento, e o grau de pressão aqui vai se subdividir de novo entre os ciumentos mais brandos até os mais violentos. Já a outra forma de pressão indireta é aquela que não lhe dará tempo para que se engaje ou afetará o seu grau de engajamento porque ela cuida da filha, ou dos filhos, ou da mãe ou do pai, do avô, da sobrinha, da tia, ou dos afazeres domésticos, além de trabalhar ou de ter outras responsabilidades. A desistência ou falta de engajamento com o feminismo também se dá pelo medo de ser abandonada ou ostracizada.
Eu escrevo agora as duas e meia da madrugada depois que eu consegui cumprir com meus outros prazos. Essa não é uma informação relevante em si mesma não fosse pelo fato de ter percebido a uns momentos atrás que quase desisti de escrever porque eu to cansada.
Mas eu sei que eu to mais cansada de como o patriarcado afeta minha vida e de todas as mulheres. Eu to mais cansada de lutar diariamente desde que nasci. E também eu não desisti de escrever esse chamado, porque eu decidi lá bem atrás no meu caminho, que essa luta é uma responsabilidade minha, eu escolhi assim, dentro das minhas opções de escolha, que também não me parecem ser bem caracterizadas como escolha.
Eu amanhã, ou, hoje logo mais, estarei me encontrando com minhas amigas e com outras mulheres feministas ou não. Eu irei nesta ou naquela atividade. E eu estarei as 17h na Greve Internacional de Mulheres por todas essas razões que eu coloquei aqui.
Se isso é um erro para alguns, eu vou ter tentado.
Nenhuma pessoa ou entidade é dona da Greve ou sozinha a representa, se existe tentativa de cooptação por grupos, ela deve igualmente ser combatida.
Vem, vamos tentar juntas, mais uma vez e para todo sempre, até que alcancemos a vitória, mesmo que isso só aconteça quando já não estivermos mais aqui.
Aline Rodrigues
Logo mais em Halle, alemanha, na Reil 78!
Orgulhosamente apresento o som da Ameaça:
Esta é uma faixa da demo da Ameaça, banda que toco bateria e faço os vocais.
Letra de Sisters For Liberation:
We are still here
We survived
You have been trying to erase our herstory
Our deeds
But we are still here
We will survive
We’ll tell by our own ways
We don’t need you
We never did
You try to possess us
You try to destroy us
We are still here
Many of us have survived
The ones who haven’t
The ones you killed
Are our bravest ones
They are in our hearts
Reminding us to keep the fight
Your fire
Your genocide
All of your hatred
All of your lies
We are not fighting for equality
We are not fighting for crumbles
We are sisters for liberation
We are still here
We survived
We are still here
We will survive
—
site da banda: https://ameaca.bandcamp.com/releases
aline rod.
No momento me encontro em Berlim. Aqui tenho articulado com grupos feministas e pude participar de duas demos que aconteceram final de semana passado pelo Dia Internacional da Mulher. Sábado aconteceu a demonstração e protesto organizada por Women in Exile & Friends na cidade de Potsdam que juntou mais de 200 mulheres. Caminhamos pela cidade com nossas faixas e cartazes, gritando frases contra o patriarcado e as fronteiras.
Domingo, no dia 8 de março marchamos também em protesto pelas ruas de Berlim. As mulheres da comunidade Curda estiveram em peso na marcha da qual organizaram juntamente com outros grupos feministas como o grupo International Women Space, e outros grupos de esquerda. Ao mesmo tempo acontecia outra marcha em Berlim organizada por outros grupos feministas. Ambas marchas finalizaram no Brandeburgertor (Portão de Brandenburgo) num total de 8 mil pessoas. Havia um palco montado onde algumas mulheres fizeram suas falas e também bandas compostas por mulheres tocaram.
Aqui, não diferente do Brasil, também existem homens querendo protagonizar as marchas feministas. No início da marcha em Berlim, as Curdas falaram no microfone para que os homens presentes ficassem na parte de trás da marcha. Vários homens ignoraram este pedido, seja por não terem ouvido ou não terem “entendido” ou por não acharem relevante e propositalmente desafiarem isso. Mais de uma vez varias de nós íamos dizendo para eles irem para trás. Mas o espaço era público e com uma concentração muito grande de pessoas com várias delas se somando no meio do caminho o que tornou mais difícil. Felizmente nós mulheres eramos em número muito maior e nossas vozes e presença se sobressaíram.
As duas demos ( Potsdam e Berlim) foram organizadas por grupos feministas que têm ênfase nos direitos das mulheres imigrantes e refugiadas. Estes grupos lutam contra o racismo, a discriminação, a deportação e denunciam o tratamento dado pelo governo alemão. Uma das exigências destes grupos é abolir os “lagers” (campos de isolamento) como são chamados por ativistas os prédios aonde as refugiadas e refugiados são obrigados a ficar. O nome utilizado pelo estado alemão é Asylheim (casas de asilo). Porém as pessoas que estão pedindo asilo são colocadas em espaços muito pequenos, tem seus direitos básicos negados, estão sempre sobre risco de serem deportadas, e são marginalizadas ao serem obrigadas a ficarem em áreas restritas e distantes dos centros lhes deixando mais vulneráveis a ataques racistas.
Estes grupos feministas de refugiadas e imigrantes fazem um trabalho para garantirem espaços seguros para as mulheres e trabalham com questões específicas que as mulheres enfrentam.
Não posso deixar de frisar a frente que as mulheres Curdas fizeram na demonstração com seus dizeres, com suas mãos erguidas, com sua música que todas cantavam bem alto. Desta maneira contribuíram para que a demonstração fosse bastante forte e emocionante de forma bastante impressionante.
Eu me sinto muito feliz por ter podido participar das marchas e por estar tendo a oportunidade de articular com as mulheres que encontro aqui de diferentes partes do mundo. Os grupos feministas, as mulheres e as nossas exigências formam uma rede de solidariedade e ações por uma luta em comum: a luta contra a opressão do patriarcado que nos ataca diretamente. A forma como somos atingidas pela opressão quando decorrente de virmos de locais diferentes (muitas formas são exatamente iguais) não nos afasta se respeitarmos nossas diferentes circunstâncias, e nos une ao nos reconhecermos como classe explorada por vivermos em sociedades misóginas.
13.03.2015
Marcha em Berlim
Marcha em Potsdam
informação adicional sobre o dia: a demo feminista na cidade de Nuremberg foi atacada por neonazis que jogaram objetos e spray de pimenta nas pessoas que estavam na marcha. Algumas pessoas tiveram ferimentos leves.