Atividades de Agosto e Inicio de Setembro

Atividades das últimas semanas

O fim de agosto foi bastante movimentado. No dia 21 aconteceu o lançamento da Outra Campanha uma proposta inspirada na La Otra Campaña dos companheiros Zapatistas,  de construção de politica, combativa, em oposição ao circo eleitoral. A atividade também lembrou o 1º ano do assassinato de Elton Brum pela brigada militar.

Sábado, dia 28 teve o  1º Caracol Libertário, que juntou diversos grupos para discutir temas ligados a teoria e prática anarquista ou autônoma. Rolaram papos sobre as anarquistas Louise Michel e Juana Buela,  sobre as correntes anarquistas e o especifismo, uma perspectiva revolucionária do movimento socioambiental, exibição de filmes entre outras atividades. A Ação Antisexista puxou uma conversa sobre a relação entre anarquismo e feminismo, tentando trazer a tona a conexão intrínseca entre o poder do estado e o poder patriarcal; o poder do patrão, o poder do marido, o poder do pai.  Todas as conversas sobre feminismo, protagonismo da mulher e anti sexismo ficaram para o período da tarde, então houve uma continuidade no debate, mesmo assim o feminismo segue sofrendo ataques e velhos preconceitos ainda estão muito vivos…  as feministas continuam sendo acusadas de ‘dividirem’ o movimento e pra muitos as demandas feministas ainda devem ser mantidas em segundo plano e em muitos momentos nos sentimos atacadas e desvalidadas. Acredito que é especialmente polêmico por visibilizar as estruturas de poder e de privilégios presentes entre as pessoas – o que entre anarquistas não é diferente.

No dia 29 de Agosto é celebrado o DIA NACIONAL DA VISIBILIDADE LÉSBICA e aqui em Porto Alegre aconteceu a 4ª Marcha Lésbica. Pelo segundo ano consecutivo organizou-se um bloco autônomo que reuniu várias mulheres e coletivos.

O feriado de 7 de setembro parecia seguir normalmente: os militares marchavam, o público aplaudia ou era indiferente como todos os anos. Mas este ano vários coletivos se organizaram para uma caminhada na Borges de Medeiros, um pouco atrás do Grito dos Excluídos, e então mudamos a rota e nos aproximando do “desfile militar”. Rapidamente a Tropa de Choque formou um cordão de isolamento nos mantendo distantes, nos intimidando com armas não letais e letais. ali o pessoal do Levanta Favela apresentou uma esquete sobre a tortura durante a ditadura e hoje, provocando e chamando a atenção das pessoas que estavam por perto. Caminhamos um pouco mais em diversas direções e a esquete foi encenada em diferentes pontos ao longo da parada militar, sempre sob vigilância policial.

No momento a Ação Antisexista está na organização da 1ª Feira do Livro Anarquista de Porto Alegre, marcada para outubro, a intenção é fazer atividades feministas para mulheres na feira. Também em outubro  participo do Festival MorroStock, aonde vão rolar feiras de materiais independentes, um painel sobre mídia alternativa com a participação da rádio livre Antena Negra, da qual tenho programa Nem Escravas Nem Musas, e ainda no festival vou tocar com a minha banda Ferida no dia 15.

 

Ato Contra as Declarações do Arcebispo de Porto Alegre

Na ultima quinta-feira, 19 de maio, Brasilia viveu a 1ª Marcha Nacional Contra a Homofobia que veio exigir a garantia de um Estado laico e livre do radicalismo religioso e a criminalização da homofobia através da PLC 122, entre outras demandas. Simultaneamente, em Porto Alegre um ato com cerca de 70 pessoas declarou repudio às declarações homofóbicas do Arcebispo da cidade Dom Dadeus Grings.

Dom Dadeus relacionou homossexualidade à pedofilia em seu discurso na abertura da assembléia da CNBB, no inicio deste mês. Na sua mente perturbada: “A sociedade atual é pedófila, esse é o problema. Então, facilmente as pessoas caem nisso.” e “quando começa a (dizer) que eles (homossexuais) têm direitos, direitos de se manifestar publicamente, daqui a pouco vão achar os direitos dos pedófilos”.

Em falas anteriores, culpou o ingresso das mulheres no mercado de trabalho pelo desemprego mundial.

Importante é ressaltar que essas declarações não representam uma anomalia dentro do pensamento católico, sequer sua face mais extremada: Dom Dadeus faz parte da ala moderada da igreja no Brasil. Suas opiniões e posicionamentos denotam o racismo, a homofobia e o machismo atados à historia que o catolicismo construiu. A queima das mulheres, a inquisição, os massacres dos povos originários, a catequisação e revisão da história promovida pelos jesuitas, entre outros não são de forma alguma fatos isolados na história da igreja.

fotos da mani pelas compas Mulheres Rebeldes

Festa Antena Negra//Rádio Livre

FESTA DA RÁDIO LIVRE ANTENA NEGRA, é nesta sexta, dia 14! A rádio funciona há mais de um ano e transmite programas de coletivos variados. Leia mais sobre a proposta da ANTENA NEGRA em antena-negra.noblogs.org e no centro de mídia independente ou entre em contato através do contatolanegra [at] gmail [.] com .

festa/lançamento/radio/antena/negra

14/5 sexta – 22h – $5

entrebar – josé do patrocinio 340 – poa


pensamento.sentimento. possibilidade mutável.

Feminismo é o sentimento e luta contra o que nos oprime, contra a idéia de que nós mulheres somos seres inferiores. Nunca me senti assim, nunca acreditei que meus pensamentos, vontades, necessidades e atitudes devessem ser limitados pela minha condição biológica.

Feminismo é a não limitação de si mesma e lutar para derrubar os muros erguidos pelo patriarcado, que se extendem em todas as esferas das nossas vidas de forma a nos subjugar, descriminar, objetificar nossos corpos, tirar nossa autonomia e auto-confiança, para que sejamos eternas escravas e dependentes dos que detêm e querem manter o poder.

Feminismo é a resposta a exploração e a violência física e psicológica das quais sofremos. É retomar o que nos é tirado todos os dias. Feminismo é libertação. Feminismo é liberdade.

Aline

Nem Escravas, Nem Musas – Radio Antena Negra 92,5

Ação Antisexista tá com o programa Nem Escravas Nem Musas na Rádio Antena Negra. O programa consiste em trazer noticias relevantes sobre machismo, misoginia, contextualizar e polemizar fatos e noticias que passariam desapercebidos nessa vastidão de informação desconexa, e  entre uma noticia e outra tocar bandas feministas e bandas com integrantes mulheres.

O programa vai ao ar toda terça-feira, a partir das 20h30 até as 22h30 e pode ser ouvido diretamente no seu rádio pela FM 92,5 se você mora na região central de porto alegre ou então pela internet de qualquer lugar do planeta. Para ouvir pela internet e para mais informações acesse http://antena-negra.noblogs.org.

 

Luta

Mais um dia 8 de março. E muitos virão. Pois a luta é inevitável e a realidade precisa ser alterada.
Mais um dia. Não para comemorar. Para resistir à opressão e lutar.

E cada rosto coberto, cada pulso erguido representa todas mulheres. Oprimidas, violentadas, descriminadas, ameaçadas, não ouvidas. Repudiamos o patriarcado, lutaremos até que nenhuma mulher seja subjugada. Lutamos porque essa é a nossa realidade, cruel. Porque é impossível seguir em falsa igualdade alcançada apenas no contexto capitalista de que hoje a mulher conquistou seu espaço. Primeiro porque isso não é a realidade de todas, nem em todos os setores de suas vidas. Segundo porque não queremos nos igualar aos conceitos opressores de uma sociedade baseada na competitividade e na falsa democracia.

Não queremos alternância de poder, queremos derrubá-lo. Acreditamos na autonomia, liberdade e horizontalidade.
Não vamos nos calar e manter a ordem, ao contrário seguiremos confrontando. Todos os dias, porque assim se faz necessário.